segunda-feira



Rumba


Rumba nasceu no seio da cultura e ritmos africanos, neste caso a dos negros que chegaram a Cuba durante o século XVI, trazidos pelos espanhóis. Oriundos de Quimbundo, Crioulla e Guiné, essas tribos africanas tinham coreografias com conotações sexuais explícitas que eram executadas ao som dos ritmos produzidos com simples utensílios do dia-a-dia. Inicialmente uma dança de fertilidade, os bailarinos faziam uma mímica dos momentos que antecediam o acasalamento de aves e outros animais. Naquela época, esta dança escandalizou os brancos, mas não os afugentou por completo. Depois da abolição da escravatura em Cuba em 1886, os negros deixaram os campos e instalaram-se, lado a lado com os brancos assalariados, nas periferias das pequenas aldeias e cidades. Foi apenas uma questão de tempo até começarem a dançar juntos.


A Rumba ganhou maior evidência durante os anos 20, até ser novamente banida em 1925, por ordem do presidente Machado que a declarou inapropriada face aos bons costumes cubanos. No entanto, em Cuba ninguém deixou de dançar a Rumba, optando antes por suavizá-la: eis que surgiu o “Son”, uma versão modificada, mais lenta e mais “bem-educada” da Rumba; e ainda a “Danzon”, uma versão ainda mais lenta do “Son”. Curiosamente, foi esta a Rumba que persistiu e que correu o mundo e os salões de dança com grande sucesso.


A base da sua coreografia tem como a mulher a utilizar os seus encantos para seduzir o homem, dando largas a um verdadeiro jogo de sedução na pista de dança. Os movimentos de provocação e de fuga sucedem-se, em grande cumplicidade e intimidade, uma vez que a Rumba não se desloca em torno de toda a pista como muitas outras. Intensa, lasciva, lenta e apaixonante, dá-se uma enorme importância à expressão corporal, mais do que ao trabalho de pés, existindo vários movimentos sensuais potenciados pelos ritmos musicais das maracas, marímbulas, tambores e outros instrumentos de percussão. É uma dança romântica e insistente onde existe paixão e conquista, mas também tristeza e rejeição.

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